O Diário de Cultura inicia mais uma semana com a seção “Em Cena”. Nesta segunda-feira, o nosso espaço traz uma entrevista com Dionízio do Apodi, um dos fundadores do grupo de Teatro “O Pessoal do Tarará”. Nesta bate-papo divido em duas partes, o ator fala um pouco sobre o surgimento da companhia, os desafios, as conquistas e as novidades para 2010.
THIAGO BRAGA- Como e quando surgiu o grupo de teatro?
DIONÍZIO DO APODI- O Pessoal do Tarará surgiu em novembro de 2002, e já no início tínhamos a ideia fixa de viver de teatro, de formarmos um grupo para podermos sobreviver dele, e fazer a arte que acreditávamos, sem precisarmos fazer o que não fosse de nossa vontade, apenas por dinheiro. Isso nunca fizemos. Na época éramos cinco pessoas, e dessas, quatro faziam parte de grupos de teatro e dança da UERN. Havia um desejo muito grande de fazermos as coisas da nossa maneira, sem burocracia, porque a universidade tem muito disso, e empata muito o trabalho artístico. Mas faço questão de dizer que a UERN foi muito importante para a própria formação deste grupo. Foi lá que entramos em contato com gente do mais alto gabarito em matéria de teatro.
TB- Porque o nome O Pessoal do Tarará?
DA- Surgiu de uma forma despretensiosa. Já tínhamos o grupo de pessoas, estudávamos, criávamos, sonhávamos muito, mas chegou o momento que aquela ideia precisava existir oficialmente. Como ter patrocínio, apoios, concorrer em editais, se o grupo não fosse registrado, tivesse CNPJ, essas coisas? Tínhamos que oficializar, e para isso surgiu a necessidade de um nome. Lembro que todos os dias eu pedia que trouxessem sugestões de nomes, e eu sempre falava assim: amanhã não esqueçam, tragam nomes. Grupo de Teatro alguma coisa, um nome qualquer, tarará. Esse tarará funcionava como reticências. Então, como ninguém trazia nomes porque a nossa preocupação era viver a criação artística e não tínhamos nenhuma preocupação com nome algum, ficou Tarará. E foi aí que João Marcelino sugeriu que colocássemos O Pessoal do Tarará, e acatamos.
TB- Ao longo desses sete anos, a Companhia acumula diversos prêmios. Qual a maior
conquista de vocês?
DA- É muito bom ganhar prêmio. Não podemos ser hipócritas e falar o contrário. Mas nesse pequeno período de atividade em que já acumulamos cerca de trinta troféus, pode acreditar que não temos nem tempo de pensar direito sobre eles. É tanto trabalho, nossa vida é tão corrida, tão intensa, que não dá nem para curtirmos a premiação. Acho que os prêmios de melhor espetáculo que A Peleja do Amor ganhou, uns cinco ou seis, são todos muito queridos porque é um trabalho que projetou o grupo para o país, e onde passamos, na prática, a sobreviver de nosso teatro, do nosso grupo.
TB- Em 2008 você foi agraciado com o Troféu Poty, uma importante premiação concedida pelo Diário de Natal. Como você recebeu a notícia?
DA- Ganhei um prêmio de artista do ano no Rio Grande do Norte, numa cerimônia de premiação belíssima no Teatro Alberto Maranhão. Para mim foi importante porque era uma votação que o público escolhia primeiro, depois uma equipe de jurados técnicos. E aí eu percebi que sou querido pelas pessoas de meu Estado.
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